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12 de julho de 2010

Relato da viagem a SP

Na foto: Eu, Renan Freitas, Rodrigo Antas e Robinho

Viajar é sempre muito bom. Conhecer um lugar novo, fazer novos amigos, ter contato com pessoas de outra região e se divertir muito. Essas são coisas normais e que já se tornaram clichês de uma viagem. Mas no último final de semana eu tive tudo isso e mais um pouco. Além de realizar minha primeira cobertura jornalística fora do Rio de Janeiro, tive também a oportunidade de estar em um ambiente único e pude aproveitar para aprender muito sobre a vida de um artista brasileiro. Mas não aqueles artistas cercados de glamour e fama. Conheci um pouco mais de quem está por trás das câmeras, os dubladores.

O que vou tentar narrar aqui é um relato de um “foca” que meteu a cara e resolveu ir a São Paulo por conta própria, para prestigiar um evento Anime (pra quem não sabe, Anime é como são chamados os desenhos animados japoneses) e conversar com dubladores que marcaram a infância de todo jovem da década de 90.

De cara já tive um grande desafio a superar. Nunca tinha sequer entrado em um avião, e é bom registrar que tenho uma fobia absurda de altura. A experiência acabou sendo recompensada com algumas horas a mais para fazer uma ambientação na nova cidade e me preparar para o ponto alto da noite: o Oscar da dublagem.

O Premio Yamato de dublagem, hoje já conhecido como o Oscar da profissão, foi criado em 2003. Desde então é realizado anualmente durante o Anime Friends, mega evento de cultura asiática, realizado na cidade de São Paulo. Neste ano, 15 prêmios foram dados, com destaque a três novas categorias dedicadas exclusivamente a desenhos japoneses.



A premiação tem o grande barato de contar com a participação do público, através da Internet, para indicar os três finalistas de cada categoria.

Neste ano o Oscar da Dublagem contou com a apresentação de duas das vozes mais conhecidas dos fãs dos desenhos animados, Hermes Baroli (Seiya em “Cavaleiros do Zodíaco”) e Márcia Morelli (Lizzie em “A turma do Bairro”). O evento ainda contou com a produção dos dubladores Flavio Back (Teru Mikami em “Death Note”) e Maíra Góes (Dori em “Procurando Nemo”).

Antes do início do evento, tive a oportunidade de conversar com várias vozes marcantes da minha infância, como de Selma Lopes (Marge em “Os Simpsons”), Hermes Baroli e Nelson Machado (Kiko em “Chaves”), que, inclusive, viria a ser o grande homenageado da noite.

Na volta ao Rio, graças a gentileza de Flávio Back e Maíra Góes, e do carinho do amigo Rodrigo Antas (Bart em “Os Simpsons”), ainda pude acompanhar a comitiva de dubladores cariocas, contando com a companhia de Ricardo Schnetzer (voz de Tom Cruise, Nicolas Cage, Richard Gere e muitos outros), que me cedeu uma entrevista muito legal onde contou um pouco da sua carreira e, paralelamente, sobre a história da dublagem brasileira.

A experiência foi fantástica! Indescritível estar em um ônibus onde, cada diálogo me lembrava um personagem diferente e me dava a impressão de ser intimo de pessoas que nem mesmo conhecia. Na área profissional, me deu bagagem e experiência para me desinibir e conduzir melhor uma entrevista. Estou cada vez mais seguro de que melhoro neste quesito.

Mas a viagem valeu de verdade por um comentário que não posso deixar de mencionar. Meu fiel escudeiro e cinegrafista, Robinho, que antes da viagem desconhecia quase que totalmente o trabalho da dublagem brasileira, me confidenciou que pertencia a comunidade do Orkut “Eu odeio filme dublado”, mas que depois dessa viagem mudou de opinião. E é exatamente este o objetivo do meu trabalho, do meu documentário, fazer com que mais pessoas conheçam a profissão, assistam a um filme dublado e valorizem mais essa riqueza brasileira, o talento dos nossos dubladores.

Se você ficou curioso e quer saber mais sobre dublagem ou saber o que conversei com os dubladores citados e muitos outros. Aguarde..em breve poderá conferir o meu documentário!

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